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José Luis Gutiérrez (Guti)
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Voz de velho, palavras de velho, palavras do povo de baixo. Essas são as ferramentas adicionais, o veículo por onde circula a memória de Guti e a memória dos informantes. Por isso em torno de cada conto aparecem os saberes, as palavras, as histórias pessoais, as memórias e as fabulações dos velhos narradores. Gente que um dia lhe abriu a porta da cozinha, da sala, gente com quem partilhou matanças, bailes, trabalhos e penas. Conheceu o narrador mesmo antes de conhecer as histórias e usa-as para regressar para junto desses narradores e, se possível, convidar o público a sentar-se ao sol de fevereiro ou em roda de um fogo baixo. 

Definir o estilo de Guti ao narrar é respeitar a palavra do velho, a maneira de a  dizer, a fala de cada informante, conhecer o lugar e o modo de vida, as histórias que fizeram as pessoas rir e que aliviaram trabalhos e penas, as que ensinaram e assustaram e que apresenta tal e qual foram escutadas. Ou  quase.  As histórias de Guti são memória coletiva e são imemoriais, o conto tradicional.

José Luis Gutiérrez García (Zamora 1973). "GUTI" é gaiteiro, cantor, dançarino e acima de tudo contador de histórias. O ter chegado aos contos como parte de um trabalho mais amplo dedicado à etnografia fê-lo preparar um espetáculo no qual ele tenta relatar o que aprendeu em longas noites de cozinha e serões, nas cidades de Zamora, León e Salamanca. Onde todas as histórias e romances que utiliza são recolhidas diretamente de narradores tradicionais, a maioria dos quais são velhos do mundo rural com quem partilharam muitos bons momentos. Dessa forma, procura preservar o caráter dialetal de cada narração, assim como a atmosfera que envolvia o narrador tradicional, sem artifícios num mundo sem televisão nem rádio. O conto permite o salto que a própria narração supõe: ir de uma lareira acesa ou da porta de uma casa de verão, para um palco e perante um público que em muitos casos perdeu sua referência cultural. Tem atuado principalmente no meio rural tentando de alguma forma restabelecer a cadeia de comunicação-transmissão da cultura oral, quebrada pela condenação dos velhos ao silêncio de uma sociedade dominada pelo que se repete na televisão.Começou o seu trabalho como narrador em 1990.

Fruto da colaboração com Baychimo Teatro e para a Associação Etnográfica Bajo Duero, dirige “Cantamos ou Rezamos?” uma homenagem a Manuel García Matos, esta produção teatral apresenta uma visão revigorante em termos da forma formal de apresentar o folclore a o público; a partir dos materiais recolhidos no estado espanhol nas décadas médias do século passado pelo grande musicólogo placentino Manuel García Matos. Sem renunciar aos critérios de respeito e aproximação à fonte original que caracterizam todas as produções da Associação Etnográfica Bajo Duero, esta mostra é uma tentativa de aproximar os trabalhos de base etnográfica de propostas de palco mais empenhadas e atuais.


O último trabalho de Guti para Baychimo é “A Pelo”, onde a encenação (inspirada no teatro de documentos) gira em torno dessa verdade. Coloca sua protagonista, Guti, portadora de histórias, no centro. Ele nos conta sobre como ele os procurou, sobre as pessoas que lhe falaram sobre eles, sobre como eles influenciaram seu processo de vida. Ele também nos conta como tem brincado com histórias, sobre Guti que recria a partir do palco, que busca novos espaços para contextualizar essas histórias, canções, danças.

Com este trabalho recebeu em 2015 o Prêmio Performance Masculina na XII Edição do Moretti Theatre Awards
Em 2015, juntamente com Celso Fernández e Quico Cadaval, estreou o espetáculo Os Contos de Joselín, apresentado no Alcántara Fest (Lisboa 2016), Festival BAD Bilbao Dança Contemporânea e Teatro 2016 Escenas do Cambio (Santiago de Compostela 2015)

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Entre outras atuações:
Maratón de los cuentos Guadalajara 2018
Pregonero en Titirimundi 2017
BAD Festival de Teatro y Danza Contemporánea de Bilbao 
Alkantara Fest .Festival de Arte Contemporáneo de Lisboa
Festival Escenas do Cambio Santiago de Compostela
Festival de las Cuadrillas de Barranda 
Festival de Narradores de Segovia.
Festival de Narradores de El Espinar.
Jornadas de Narración del museo Etnográfico de Castilla y León.
Viernes de La Tradición de El Caserón, San Sebastián de los Reyes.
Feira de Outono en Allariz Orense.
Festival de Narradores Verbum Volat (Vigo-Tuy-Boiro)
Jornadas de  narradores Biblioteca Pública de León.
Festival de Narradores. Casa del Las Conchas. Salamanca.
Jornadas de narradores Biblioteca Publica Municipal.
Zamora.
Semana de la Oralidad de Albolote-Peligros (GRANADA)
Congreso de Etnografía en la Raya (Alcañices-Zamora)
Muestra de Teatro Alternativo de Urones de Castroponce.
Actuación en el Club de La Opinión de Zamora.
Campaña Cuéntame Un Cuento de la Biblioteca Publica Municipal de Zamora.
Colaboración semanal durante las once últimas temporadas en Hoy Por Hoy, Cadena Ser Zamora.
Noches de San Juán en Zamora.
Veranos Socioculturales de la Junta de Castilla y León.
Veranos Socioculturales de Macovall, Ríos llenos de vida.
Veranos Socioculturales de la  Federación de Asociaciones Culturales Espigas de Tierra de Campos.
Y cientos de noches de serano en tantas aldeas y pueblos
 

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